A Casa

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Mãe Efigênia de Xangô ( Fundadora do Axé Ogodo)

 

Dona Efigênia, como era conhecida por todos, indo trabalhar em uma casa de candomblé bastante conhecida na época no bairro da Vila Mariana, de um babalorixá amigo, conhece Pai Joãozinho da Goméia, onde nasce uma grande amizade, o mesmo encantando com seus dotes culinários convida Dona Efigênia para cozinhar em sua casa na festa do seu orixá e assim foi por vários anos, tornando-se filha de santo (abian) deste axé.

 

No ano de 1969, Pai Joãozinho sabedor que além dos dotes culinários, Dona Efigênia tinha nascido com dom de ajudar as pessoas espiritualmente, porém, ainda não era iniciada, mas como gratidão em uma de suas vindas à São Paulo, Pai Joãozinho foi a sua casa na época localizada na Rua Guararema no Bairro do Bosque da Saúde e arrumou um assentamento de Exú e um caboclo que a mesma incorporava, Sr. Tupi, seu mentor.

 

No ano de 1975, no mês de setembro neste mesmo local, Mãe Efigênia, como já era conhecida fez a primeira sessão de caboclos e no dia 27 do mesmo mês distribuiu caruru e doces para as crianças da vizinhança em homenagem à São Cosme e São Damião e inaugurou sua casa, Abassá de Xangô.

 

Em maio de 1977, Mãe Efigênia muda-se para Rua Botelho, 135 na Vila Guarani hoje mais conhecida como Estação Conceição (Metrô), como Pai Joãozinho já era falecido, realizou sua iniciação com o Babalorixá Dandariô de Logunedé e deu continuidade ao seu candomblé que passa-se chamar Ilê Axé Omon Obá Olooke ty Efon, com apoio de seu filho primogênito Katy de Oxóssi, que já era iniciado no Ilê Axé Nossa Senhora do Monte Serrat, do saudoso Pai José Mauro de Oxóssi, um grande baluarte da nação Efon, que venho à falecer em 1997, quando Babá Katy já se encontrava no Axé Oxumarê (Babá PC) onde fechou seu ciclo de obrigações.

 

 Seu candomblé na Vila Guarani em pouco tempo fica bastante conhecido, pois, Mãe Efigênia tinha muitos amigos, sua casa foi palco de grandiosas festas sempre com a presença de inúmeros Babalorixás e Iyalorixás de São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e demais estados do Brasil e ali permaneceu por mais de 20 anos, realizando obrigações e iniciando iaôs.

 

Com a morte de Pai Dandariô, Mãe Efigênia torna-se filha de santo de Pai Waldomiro de Xangô ou Pai Bahiano, como era conhecido.

 

Em julho de 1999 Mãe Efigênia infelizmente faleceu, deixando uma lacuna no candomblé paulista e muita tristeza aos filhos, netos e amigos de axé e civil. Após as obrigações ritualística (axexê), realizada pela Agbá Mãe Ana de Ogun, pois, Pai Waldomiro se encontrava impossibilitado de estar presente, a casa entrou em luto sombreando seu axé e todos seus afetos.

 

Após um ano com o retorno das atividades litúrgicas, assume a casa o Babalorixá Katy de Oxóssi, que já há anos atuava ao seu lado.

 

O Ilê Axé Omon Obá Olooke ty Efon, após o falecimento de sua fundadora migrou para o município de Guarulhos na grande São Paulo, para um amplo e estruturado local que à mesma já havia adquirido antes de sua morte, onde acolhe filhos de santo de todo Brasil.

 

O Axé Ogodo, como ficou conhecida a casa, está vinculada com a Associação Casa de São Pedro – ACASP,  uma associação cultural e religiosa que auxilia sua comunidade com projetos socioeducativos, realizando eventos, palestras e amparando todos que chegam à sua porta.

 

O Ilê Axé Omon Obá Olooke ty Efon, é uma casa de axé de seguimento Ketu, porém, seu nome é uma homenagem Olooke , orixá/ebora , rei e guardião da nação Efon e das montanhas que ficam localizadas nas cidades de Ekiti Efon, Ikere Ekiti e Okemesi Ekiti, seria ele a primeira ligação do orun para o aiye, surgindo do mar como uma montanha.  Epa mole !

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